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Metrô: novas falhas em equipamentos e na comunicação

No começo da manhã desta terça, a Linha 1-Azul sofreu mais uma “falha em equipamento de via”. E, de novo, na região da estação Jabaquara. A ocorrência, de acordo com o perfil “Direto dos Trens”, do twitter, começou às 05h45 e terminou às 07h21. Nesse meio tempo, a Linha 3-Vermelha teve de ter a velocidade reduzida por conta da ocorrência. Isso ocorre para evitar superlotação na plataforma da Linha 1-Azul na Sé, já que há grande fluxo de transferência entre as linhas. Embora o término da ocorrência tenha sido registrada às 07h21, na verdade ela ainda demorou muito para terminar.

Chegamos à Estação Jabaquara por volta das 8h30. Do lado de fora, havia um grande congestionamento na Av. Eng. Armando de Arruda Pereira, sentido centro. Ele chegava na altura da parada Cidade Vargas, do corredor ABD. Tanto que eu, e vários passageiros, descemos nesse ponto e seguimos a pé até a Estação. O congestionamento também era decorrente da falha da Linha 1-Azul do Metrô. Muitos passageiros que iriam usar a linha a partir da Estação Jabaquara, e que não conseguiram entrar na estação, resolveram completar a viagem ou seguir até as estações seguintes de ônibus. A filas de pessoas entrando nos coletivos fez com que os coletivos ficassem mais tempo nos pontos, o que represou os outros que vinham atrás.

Pessoas que desceram dos ônibus e seguiram a pé até a Estação Jabaquara: falha na linha 1 causou uma cadeia de problemas.

Já no acesso ao Metrô junto ao Terminal Metropolitano, a fila começava na entrada e seguia até os bloqueios (catracas). A “passos de pinguim, levamos cerca de 10min para chegar à plataforma. Nos bloqueios, a orientação era de que o embarque ocorria apenas na Plataforma 1 (a direita de quem entra na área paga).

Entre a entrada pelo acesso ao Terminal Metropolitano até as plataformas foram 10min.

Os trens chegavam à estação pela via da plataforma 2 (à esquerda das catracas), manobravam no pátio, e seguiam para a plataforma de embarque. Ou seja, provavelmente o problema estava no aparelho de mudança de via (AMV), que faz com que os trens a troquem de uma via para a outra. Sem o AMV, os trens tem de parar um de cada vez na plataforma. Com o equipamento, é possível que dois trens sejam atendidos ao mesmo tempo – um embarcando outro desembarcando – o que diminui o intervalo entre as composições. E, mesmo com esse problema, o aplicativo mostrava a operação como “normal”.

“Novo” problema? – Por volta das 10h52, foi registrada nova interferência na Linha 1-Azul – e, de novo, no Jabaquara -, que foi “resolvida” às 11h06. Às 12h24, mais uma “interferência” no Jabaquara, que foi resolvida às 13h08. Mas, será que foram “novos” problemas mesmo? Tanto nas redes sociais como em contato com pessoas que utilizaram a Linha 1-Azul durante a manhã, foram vários os relatos de lentidão – e o aplicativo do Metrô não sinalizava nenhuma anormalidade.

Essa falha de comunicação foi admitida pelo Presidente do Metrô, Silviani Pereira. De acordo com o perfil da Rádio Trânsito no Facebook, Silviani admitiu “que é preciso melhorar a maneira como a informação da situação dos trens e das plataformas é relatada” (palavras da publicação).

No mês passado, em textos sobre falhas na Linha 1-Azul na estação Jabaquara, nós já relatamos, pelo menos, dois problemas de comunicação (clique nos links para ler os textos):
uma no dia 09/05: quando chegamos à estação Paraíso, às 17h00, percebemos um intervalo entre os trens no sentido Jabaquara estava com intervalos altos e muito tempo de parada nas plataformas. No entanto, a ocorrência só foi registrada pelo aplicativo do Metrô às 18h22. Antes desse registro, a última falha tinha ocorrido entre as 14h33 e as 14h48 – também uma “interferência na via” (também) na estação Jabaquara;
outra foi no dia 17/05, no final da tarde e durante a noite: outro problema causado pela inoperância do AMV entre as estações Conceição e Jabaquara, represava a chegada dos trens na estação Jabaquara, o que tornava a viagem mais demorada. Nesse dia, também houve uma ocorrência referente à uma falha em equipamento de via, que foi registrada entre às 13h47 e as 14h13. Depois, a “normalidade” estava expressa só na informação do site e do aplicativo.

Comunicação – Esses casos mostram que, para o Metrô, a “falha” só existe quando a velocidade dos trens é prejudicada em toda a extensão e nos dois sentidos. Desconsidera o incomodo que o usuário sente por um tempo após uma falha ou por uma falha parcial. Vejamos dois exemplos:
– no dia 17/05: a falha só era sentida no sentido Jabaquara porque os trens que chegavam à estação usavam apenas uma plataforma para desembarque. Isso fez com que os trens que vinham atrás fossem obrigados a parar por mais tempo, seja na plataforma ou nos túneis, o que aumentou o tempo de viagem em 8min. Mas, para o Metrô, a operação era “normal”;
– sempre que há uma falha, se a circulação dos trens é normalizada, o aplicativo muda para “normal”. No entanto, o passageiro não sente isso de imediato porque o “fluxo” dos passageiros não volta ao normal tão rapidamente. E foi isso o que aconteceu depois das 7h21, quando o fluxo era gigante na estação Jabaquara mas a informação era que tudo estava “normal”. Não seria o caso de mudar apenas a informação para um “em processo de informação”, mantendo o sinal amarelo, como faz a CPTM, trazendo a informação para mais próxima da realidade?

O Metrô precisa, urgentemente, rever o formato dessas mensagens. Elas precisam ser mais fiéis à realidade, até para que, caso o passageiro ainda não esteja no sistema, tenha o direito a procurar alternativas ou retardar a sua viagem. Isso ajudaria muito a diminuir os problemas pelo excesso de lotação.

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