SÃO PAULO/SP – O governador do Estado de São Paulo, João Dória, anunciou hoje o acordo entre o Consórcio Move SP e o grupo espanhol Acciona para a continuidade das obras da Linha 6-Laranja, que irá ligar o bairro da Brasilândia, na zona norte, ao centro de São Paulo. Agora, a empresa espanhola irá assumir as obras e terá o controle da linha.
As negociações vinham ocorrendo desde o ano passado. Pela indefinição entre as partes, e na tentativa de evitar ter de fazer uma nova licitação, o governo de São Paulo vinha prorrogando a caducidade do contrato assinado com o Consórcio Move SP desde o final de 2018. A última prorrogação havia sido feita no dia 1º de julho e venceria nesta terça, 7 de julho.
“Desde que assumimos, trabalhamos para retomar sua construção. As obras terão início em até 90 dias e vão gerar 9 mil empregos diretos em SP. Mais qualidade de vida para os moradores da Zona Norte da Capital, que há muitos anos esperam pelo Metrô.”, escreveu o governador em seu perfil no Twitter.
Desde que assumimos, trabalhamos para retomar sua construção. As obras terão início em até 90 dias e vão gerar 9 mil empregos diretos em SP. Mais qualidade de vida para os moradores da Zona Norte da Capital, que há muitos anos esperam pelo Metrô.
— João Doria (@jdoriajr) 6 de julho de 2020
Histórico – O Consórcio Move SP paralisou as obras da Linha 6-Laranja em 2016 por falta de crédito. As empresas que fazem parte do Consórcio foram denunciadas na operação Lava a Jato, que investiga casos de corrupção. Por conta disso, o Consórcio não conseguiu crédito junto aos Bancos para o prosseguimento das obras, obrigando-os a paralisá-las. O Governo do Estado, na gestão Márcio França, chegou estipular um prazo para a caducidade do contrato. No entanto, já na gestão João Dória, o prazo foi sucessivamente adiado, na esperança de que outra empresa assumisse o Consórcio. Caso ocorresse a caducidade, o Governo do Estado teria de fazer nova licitação, o que demandaria mais tempo para o reinício das obras.
Linha 6-Laranja – Ela ligará a Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim, na região central, e terá 15 estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca (conexão com as linhas 7-Rubi e 8-Diamante da CPTM), SESC-Pompéia, Perdizes, PUC-Cardoso de Almeida, Angélica-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie (conexão com a linha 4-Amarela), 14-Bis, Bela Vista e São Joaquim (conexão com a linha 1-Azul). Foi apelidada de “linha das universidades” porque atenderá a várias delas.
De acordo com o site do Consórcio Move SP, que está desatualizado, a previsão inicial de entrega da Linha era para 2020. Em novembro passado, o secretário dos Transportes Metropolitanos Alexandre Baldy, em entrevista ao “Bom dia São Paulo”, da TV Globo, havia dito que a previsão era de que as obras durem quatro anos a partir do momento em que forem retomadas.
Diferente de outras linhas de metrô construídas recentemente, a Linha 6-Laranja será construída e operada pela iniciativa privada. Ou seja, o mesmo Consórcio que está construindo a linha é quem terá direito de operá-la.