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Foco nos Elétricos

São Paulo/SP – No dia 14 de outubro, a SPTrans, empresa que faz a gestão do transporte coletivo na cidade de São Paulo, enviou às empresas um comunicado determinando a suspensão da inclusão de novos ônibus com motor a diesel na frota da cidade (a exceção são os “midibus” e os microônibus). A justificativa é o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas, que tem como meta  até 2024 adquirir 20% da frota de ônibus com energia limpa. Hoje estão em operação 201 trólebus e 18 ônibus elétricos que atendem à essa condição.

Essa é mais uma tentativa de tornar a frota de ônibus na cidade de São Paulo ecologicamente limpa. Já tivemos vários tipos de tecnologia “limpas” usada e testada: a energia elétrica, a gás natural, a etanol, híbridos… De todas essas, a que permanece foi a elétrica. Aliás, veículos de transporte coletivo movidos a eletricidade é mais antigo até que a frota a diesel e, apesar de nunca ter tido um grande incentivo em sua manutenção.

Abaixo, segue uma relação de veículos de transporte de baixa capacidade que já operaram com energia elétrica, os que operam e o que está por vir.


Bondes – O bonde começou a operar em São Paulo em 1900, substituindo gradativamente os bondes por tração animal. A rede chegou a ter 700km de extensão, mas o sucateamento do sistema, ocasionando constantes panes elétricas, e o aumento da frota de veículos a combustão levou à sua extinção em 1968, quando a última linha, Praça da Sé – Santo Amaro, deixou de operar;

Na falta de imagens de bondes paulistanos, temos a foto de um que está em uma linha em operação em Santos. Ela é turística e opera na região do porto de Santos, onde ficam a Praça Mauá e o Museu Pelé, que, aos poucos, está sendo revitalizada. O trajeto leva cerca de 15min. A linha é operada por, pelo menos, 2 bondes, dependendo do horário. Confira o vídeo que fizemos em nossa visita à Santos.


Trólebus – O sistema de trólebus (ou tróleibus, seguindo o nome em inglês, trolley) começou em 1947, já com a CMTC. A primeira linha foi a Aclimação – Praça da Sé, que, depois, foi prolongada até a região das Perdizes. Ela ainda está em operação, sob a denominação de 408A/10 Machado de Assis – Cardoso de Almeida. Todas as regiões da cidade chegaram a ser atendidas por trólebus, mas, no início dos anos 2000, na gestão da Prefeita Marta Suplicy, boa parte da rede foi desativada. O que restou foram poucas linhas no centro e na zona leste, que ainda são operadas por 201 trólebus. Destes, pelo menos 50 possuem baterias, para deslocamento por pequenos trajetos em caso de quebra ou queda de rede. Confira o vídeo.


Ônibus Elétricos – De todas as tecnologias alternativas à combustão, a elétrica foi a que conseguiu resistir aos anos, seja pelos anos dos bondes ou pelos trólebus, quase sempre ameaçados de extinção. No entanto, nos últimos anos, os elétricos a bateria estão ganhando espaço. Na foto, vemos o chassi para ônibus elétrico da empresa chinesa BYD. Ela ate fabrica ônibus completo mas, aqui no Brasil, a empresa só produz o chassi. Destaque para o cabo de recarga, semelhante a uma bomba de combustível.


Ônibus com carroceria preparada para receber os equipamentos elétricos. Por ser piso baixo, muitos aparelhos que iriam embaixo do piso em um ônibus piso-alto, acabam indo para o teto no piso-baixo.


Painel de um ônibus elétrico BYD. Detalhe para a bateria de recarga, como em um celular.


Comparação entre o motor elétrico e o motor a combustão dos chassis Mercedes-Benz, que começou a fabricar ônibus elétricos no Brasil neste ano. A Viação Metrópole Paulista encomendou 100 ônibus elétricos da montadora.


Eletra – Outra fabricante de ônibus elétricos, desta vez, 100% nacional é a Eletra. Diferentemente da BYD ou da Mercedes-Benz, ela trabalha em parceria com montadoras: o cliente adquire um chassi (Mercedes, Scania, Volks, Volvo…) e a Eletra instala apenas os equipamentos da parte elétrica de tração do veículo.


Em Operação em São Paulo – Ônibus elétrico da BYD, em parceria com a Transwolff. São cerca de 18 veículos que operam na linha 6030. A recarga das baterias é feita na garagem da empresa, via energia elétrica. Ao invés de pagar energia elétrica que vem da rede, a BYD montou uma fazenda de energia elétrica no interior. Essa fazenda, que produz energia através de placas de energia solar, cede essa energia à Enel. Em contrapartida, a Enel cede a energia elétrica para abastecer os veículos. Os veículos tem autonomia de até 250km, com tempo médio de recarga de 3h. Confira o vídeo do ônibus em operação.



Outras Cidades

A tendência da eletrificação dos sistemas de baixa capacidade, aos poucos, está virando prioridade nas grandes e, também, médias cidades. Confira alguns exemplos abaixo:


Campinas/SP – Além de São Paulo, em Campinas também há ônibus elétricos em operação. Uma das operadoras da cidade, a viação Itajaí, possuia cerca de dez ônibus elétricos. No entanto, aos poucos, estão sendo desativados e devolvidos à BYD. Oficialmente não foi divulgado o motivo e a substituição dos veículos por novos a diesel. Mas, a princípio, os ônibus elétricos das demais empresas permanecem operando.


Santos/SP – Desde 2016 está em operação o Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT. O veículo é conhecido também como o “bonde moderno”. Ele é maior e mais complexo que seu antecessor, se assemelhando a um trem em miniatura. Ele faz a ligação entre as cidades de São Vicente e Santos e há planos de estendê-lo até a Praia Grande. Ele tem capacidade para até 400 passageiros, uma vez e meia a capacidade de um ônibus biarticulado. Como o bonde, ele segue por uma via única, que pode ser atravessada por outros veículos em passagem. Confira o vídeo que fizemos.


São José dos Campos/SP – Nesta cidade está em implantação uma linha de VLP – Veículo Leve sobre Pneus. O VLP, conceitualmente, é bem semelhante ao VLT, só que com pneus no lugar dos trilhos. No entanto, este, embora leve o nome de VLP, é mais semelhante ao um BRT, já que trafega em corredores de ônibus. De todo o modo, o veículo que opera o trecho é um ônibus articulado elétrico Marcopolo Attivi, com chassi BYD, com capacidade para 168 passageiros, 22m de cumprimento e autonomia de até 250km com carga completa.



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